A nossa revista virtual trata de vários assuntos, promovendo uma viagem no tempo para quem a lê. Os temas abordados com a finalidade de entendermos melhor a história da vida moderna foram selecionados a partir do período entre as guerras mundias até a descolonização da África e da Ásia. Podemos, desse modo, saber mais sobre o desenvolvimento da história em vários continentes.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Crise de 1929

Antecedentes: Os “anos felizes”

A Europa foi, com certeza, a região mais atingida pela Primeira Guerra Mundial. Já os Estados Unidos saíram do conflito prestigiados e enriquecidos. Prestigiados porque sua participação foi decisiva para o resultado da guerra. Enriquecidos porque forneceram principalmente alimentos, roupas, medicamentos e empréstimos a várias nações européias.
Os capitais acumulados durante a guerra e as leis que aumentavam os impostos sobre os produtos estrangeiros favoreceram o crescimento norte-americano. Na década de 1920, a produção industrial norte-americana aumentou 64%. Os Estados Unidos eram, de longe a maior economia do mundo. O comércio exterior também acompanhou esse crescimento. Para boa parte dos norte-americanos, aqueles tempos foram de prosperidade e otimismo.
O crescimento industrial norte-americano foi favorecido pela introdução da técnica de linha de montagem, pelo investimento em pesquisa científica e pelo uso generalizado de novas fontes de energia. Tudo isso possibilitou a produção e o consumo em massa.
A confiança nessa prosperidade levava os norte-americanos a consumir cada vez mais. O ideal das famílias era possuir o último modelo de carro, geladeira, fogão, rádio, aspirador de pó, gramofone, além de todos os outros aparelhos domésticos que fossem sendo produzidos. Essa era a essência do estilo de vida americano (American way of life). Defendia-se a idéia de que consumir era um ato de patriotismo: ajudava os Estados Unidos a continuar crescendo.
“There’s no way like the American way” ( Não há maneira como a maneira Americana) – Propaganda do modo de vida americano (“American way of life”)

A indústria cinematográfica, que também surgiu naquela época, ajudou a difundir o estilo de vida norte-americano em todo o mundo, inclusive no Brasil. Foi nos 1920 que Hollywood, na Califórnia, ganhou a fama de capital mundial do cinema, e milhares de salas de projeção foram abertas em várias partes do mundo.
Igualmente importante, na época, foi o crescimento da indústria radiofônica e a criação de centenas de estações de rádio nos Estados Unidos. O rádio chegava aos lares e, pela primeira vez, pessoas partilhavam as mesmas alegrias e tristezas e debatiam os mesmos acontecimentos.
A prosperidade dos anos 1920 nos Estados Unidos foi acompanhada de uma febre de investimentos na Bolsa de Valores. Dizia-se que a melhor forma de ganhar dinheiro era comprando ações e vendendo depois de algumas semanas.Durante algum tempo os investidores viram seu dinheiro crescer a olhos vistos. Onde quer que as pessoas estivessem buscavam acompanhar as cotações na Bolsa de Valores.


Empire State Building – Os arranha-céus nas cidades norte-americanas eram resultado da prosperidade.

A quebra da bolsa em 1929

Com o aumento da procura das ações, elas foram subindo de preço. Quem aplicou 100 dólares em março de 1928 em ações da General Electric,em setembro do ano seguinte tinha 300 sem esforço. Porém em 1920, o preço das ações já não correspondia à situação real das empresas. Até que, em dado momento uma grande empresa faliu e os investidores, temerosos, correram para vender ações. Descobriram que possuíam milhões de ações para as quais não havia compradores. Os preços das ações começaram a despencar. Em 24 de outubro de 1929, começou a queda que teve seu auge na terça-feira, dia 29. Esses dias são conhecidos como “quinta-feira negra” e “terça-feira negra”. Isso foi o crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova Iorque.

Tumulto em frente ao prédio da Bolsa de Valores na “quinta-feira negra”.

Razões da Grande Depressão

1) Concentração de riquezas nas mãos de poucos: O crescimento dos salários não acompanhou o aumento dos lucros. Assim, os ricos ficavam cada vez mais ricos e o número de pobres aumentava, o que limitava a capacidade de consumo.
2) Concorrência européia: com a recuperação econômica a partir de 1925 da Primeira Guerra Mundial, os países europeus voltaram a produzir o que antes importavam dos Estados Unidos, além de voltar a concorrer com os EUA no mercado internacional.
3) Crise da agricultura: com a mecanização e a eletrificação ocorridas no campo, produzia-se muito acima da capacidade de consumo. Os preços dos produtos agrícolas mantinham-se baixos e os agricultores eram obrigados a pedir dinheiro aos bancos.

Esses três fatores, principalmente, contribuíram para que houvesse mais mercadorias do que pessoas com dinheiro para comprá-las, o que caracterizou a crise de superprodução.
Na época da Grande Depressão, desempregados faziam fila para ganhar a sopa gratuita em Chicago.

Conseqüências

Os agricultores perderam suas terras por não ter como pagar as dívidas com os bancos, os industriais diminuíam a produção e despediam trabalhadores. Com menos pessoas comprando, a crise agravou-se mais ainda. A conseqüência principal da crise foi o desemprego, e os mais duramente atingidos foram os pobres.
A crise afetou também a economia européia, que dependia dos capitais norte-americanos para se recuperar dos prejuízos da guerra. Entretanto, com a quebra da economia dos Estados Unidos, seus investimentos foram suspensos, gerando uma enorme crise na Europa. Muitas empresas faliram, a produção caiu, e o desemprego afetou milhões de pessoas.
A situação atingiu níveis críticos na Itália e na Alemanha. Apesar de estarem entre os vencedores do conflito mundial, os italianos não tiveram suas reivindicações territoriais atendidas pelas grandes potências européias – Inglaterra e França. Além disso, sua economia estava arrasada pelos gastos com a guerra. Como conseqüência, a Itália ficou dependente da ajuda dessas potências e dos Estados Unidos.
A conjuntura foi ainda mais grave para os alemães. A fim de pagar as pesadas indenizações impostas pelos vencedores e recuperar a economia nacional, o governo alemão recorria a empréstimos que o deixavam cada vez mais dependente de outros países. Com a recessão mundial no fim da década de 1920, foram suspensos os investimentos externos que alimentavam a economia do país. A inflação foi às alturas e o desemprego atingiu um terço de todos os trabalhadores.
A crise também atingiu o Brasil. Os EUA importavam mercadorias além de exportar, mas durante a época da Grande Depressão, tanto as importações como as exportações caíram 70%. Com isso, o Brasil que na época era um grande exportador de café (mais de 60% das exportações) e tinha nos Estados Unidos seu maior comprador, foi duramente atingido pela crise. Os estoques de café aumentaram e os preços caíram violentamente. Muitos cafeicultores foram arruinados e o desemprego aumentou muito.
Paralelamente à crise no mundo capitalista, a economia da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas continuava a se expandir. Na década de 1930, o governo intensificou a coletivização das terras, investiu na melhoria da produção agrícola e na expansão da industrialização.

O New Deal

Em 1932, o líder do Partido Democrata, Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente da República, e iria governar o país por 12 anos. O novo presidente admirou a idéia do economista britânico John Maynard Keynes, que previra a crise e propunha soluções para enfrentá-la.
Keynes defendia a continuação do capitalismo, mas com uma diferença: o Estado deveria intervir na economia, fazendo investimentos e planejando-a de modo garantir empregos. Assim, Roosevelt lançou seu plano econômico, o New Deal (“Novo Acordo”), uma forma de gerenciar a economia. Entre as principais medidas estavam:
· A realização de obras públicas: o governo destinava dinheiro à construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos...Gerando novos empregos.
· A concessão de empréstimos aos agricultores, com o compromisso da diminuição da produção. Também, algodão, trigo e milho eram destruídos para conter a queda dos preços desses produtos.
· Controle sobre os preços e a produção, tento de produtos industriais quanto de gêneros agrícolas.
· Diminuição da jornada de trabalho, fixação do salário mínimo, criação do seguro desemprego e do seguro-velhice (para os maiores de 65 anos).
Desse modo, o desemprego diminuiu, a indústria e a agricultura recuperaram-se parcialmente, os salários pararam de cair e a partir de 1934 a renda nacional voltou a crescer.

O novo presidente, Franklin Delano Roosevelt, institui o New Deal.

Guerra Civil Espanhola

Enquanto a Europa ocidental possuía instituições políticas modernas, a Espanha ainda era governada pelo exército, igreja católica e o latifúndio. Mantinha um número excessivo de generais e oficiais, em relação às suas reais necessidades. A Igreja, condenava a modernidade. E a população que vivia nos campos, era na maioria camponeses pobres submetidos às práticas feudais e dominados pelos hidalgos. Com a crise econômica, iniciada pela quebra da bolsa de valores de Nova York no ano anterior, a ditadura do General Primo de Rivera foi derrubada, e em seguida a monarquia. Em 1931, a República foi proclamada. A esperança do povo espanhol era de que depois da proclamação da República, a Espanha se modernizasse. Separando então o Estado da Igreja, introduzindo novas mudanças sociais, garantindo o pluralismo político e partidário, além da liberdade de expressão. Porém o país acabou conhecendo um violento confronto entre as classes, uma vez que a crise seguida por uma profunda depressão econômica, provocou a frustração generalizada na sociedade espanhola.
A Guerra Civil Espanhola ocorreu de 1936 até 1939. De um lado se posicionaram as forças do nacionalismo e do fascismo, aliadas às classes e instituições tradicionais da Espanha (O Exército, a Igreja e o Latifúndio) e do outro a Frente Popular que formava o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.
Para a Direita, esta guerra representava uma tentativa para livrar o país da influência comunista e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Porém, para esse objetivo ser concluído era preciso acabar com a República, a qual havia sido proclamada em 1931.
Já o objetivo das Esquerdas era acabar com o avanço fascista, o qual já havia conquistado a Itália (em 1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934). Conforme as decisões da Internacional Comunista, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a maré de vitórias nazi-fascistas. Desta formas Socialistas, Comunistas (estalinistas e troskistas) Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas.
O clima de turbulência interna motivada pela intensificação da luta de classes, especialmente entre anarquistas e falangistas provocou inúmeros assassinatos políticos, o que contribuiu para criação de uma situação de instabilidade a qual afetou o prestígio da Frente Popular.
A direita espanhola estava entusiasmada com o sucesso de Hitler, que se somou ao golpe direitista de Dolfuss na Áustria, em 1934. Derrotados nas eleições os direitistas passaram a conspirar com os militares e a contar com o apoio dos regimes fascistas (Portugal, com Oliveira Salazar, Alemanha com Hitler e a Itália de Mussolini). Esperavam que um levante dos quartéis, seguido de um pronunciamento dos generais, derrubariam facilmente a República.
No dia 18 de julho de 1936, o Gen. Francisco Franco insurge o Exército contra o governo republicano. Ocorre que nas principais cidades, como a capital Madri e Barcelona, a capital da Catalunha, o povo saiu as ruas e impediu o sucesso do golpe. Milícias anarquistas e socialistas foram então formadas para resistir o golpe militar. O país em pouco tempo ficou dividido numa área nacionalista, dominado pelas forças do Gen. Franco e numa área republicana, controlada pelos esquerdistas. Nas áreas republicanas ocorreu então uma radical revolução social. As terras foram coletivizadas, as fábricas dominadas pelos sindicatos, assim como os meios de comunicação. Em algumas localidades, os anarquistas chegaram até a abolir o dinheiro.
Em ambas as zonas, matanças eram efetuadas através de fuzilamentos sumários. As principais vítimas das milícias anarquistas eram os padres, militares e proprietários. Enquanto que dos sindicalistas, professores e esquerdistas em geral, eram abatidos pelos militares nacionalistas.
Como o golpe não teve o sucesso esperado, o conflito tornou-se uma guerra civil. O lado nacionalista de Franco conseguiu imediato apoio dos nazistas e dos fascistas italianos enquanto que Stalin enviou material bélico e assessores militares para o lado republicano.
A França e a Inglaterra declararam-se não intervencionistas, porém não foi possível evitar o engajamento de milhares de voluntários esquerdistas e comunistas que vieram de todas as partes para formar as Brigadas Internacionais para lutar pela defesa da República.
Stalin temia que a revolução social desencadeada pelos anarquistas e trotsquistas pusesse em perigo a defesa da República. Ordenou então que o PC espanhol comandasse a supressão das milícias e um expurgo no POUM (uma pequena organização pró-trotsquista).
A superioridade militar do General Franco, a unidade que conseguiu impor sobre as direitas, foi fator decisivo na sua vitória sobre a República. Em 1938 suas forças dividem a Espanha em duas partes, isolando a Catalunha do resto do país. Em janeiro de 1939, as tropas do General Franco entram em Barcelona e, no dia 28 de março, Madri se rende aos militares depois de ter resistido a poderosos ataques.
Milhares de pessoas morreram na guerra. Prédios foram destruídos parcial ou inteiramente e perdeu-se quase metade do gado espanhol. A renda percapita reduziu-se em 30% e fez com que a Espanha afundasse numa estagnação econômica que se prolongou por quase trinta anos.

Copa de 1938

A Copa do Mundo de 1938, a qual era para ter sido disputada na Argentina, ocorreu na França mesmo sob protestos argentinos. Jules Rimet, fundador da Fifa era francês e o sucesso comercial de Copa anterior motivou a decisão de manter o torneio na Europa e ignorar o rodízio dos continentes, apesar da eminência de uma nova guerra. Os argentinos, revoltados com a decisão, abandonaram a Copa. A Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guiana Holandesa, México e Uruguai foram solidários e não enviaram seus atletas à França. Do continente americano apenas Cuba e Brasil estiveram presentes na Copa de 1938.

Porém não somente países sul-americanos não disputaram a copa. A Áustria não pôde jogar, visto que havia sido anexada pela Alemanha de Hitler, sendo obrigada a ceder seus jogadores para a Alemanha. E a Espanha a qual se encontrava no meio de uma guerra civil.

A Copa foi muito influenciada politicamente. O público francês vaiava os jogadores italianos e alemães quando estes faziam as saudações fascistas. A squadra azzurra mudou seu uniforme para preto, cor oficial do fascismo; e no escudo alemão, a indefectível suástica.

A Itália consagrou-se campeã, a França recebeu a segunda colocação e o Brasil a terceira, tendo ainda o artilheiro da competição. Leônidas da Silva, o diamante negro, marcou até mesmo um gol sem chuteira.

Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

Causas:

Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas a fim de deter o avanço socialista e comunista. Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Guerra. Na Itália estava crescendo o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que se tornou o Duce da Itália, com poderes sem limites.
Tanto a Itália quanto a Alemanha passavam por uma grave crise econômica no início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem emprego. Uma das soluções tomadas pelos governos fascistas destes países foi a industrialização, principalmente na criação de indústrias de armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios, tanques etc).Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da região. Estes três países, com objetivos expansionistas, uniram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes características militares e com planos de conquistas elaborados em comum acordo.
Além disso, o desejo de vingança dos alemães deveu-se em grande parte às humilhações impostas pelo Tratado de Versalhes ao determinar as conseqüências da Primeira Guerra para a Alemanha.
O marco inicial da guerra ocorreu no ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com a política de alianças militares existentes na época, formaram-se dois grupos : Aliados ( liderados por Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos ) e Eixo ( Alemanha, Itália e Japão ).

Fases:
Pode-se dividir a Segunda Guerra Mundial em basicamente duas fases: a primeira ocorreu até 1942, quando as forças do Eixo obtinham significativas vitórias. A segunda fase é a partir de 1942, caracterizada pela contenção das forças do Eixo e avanço dos Aliados.

O fim:
Em fevereiro de 1945, Roosevelt (presidente dos Estados Unidos), Churchill (presidente da Inglaterra) e Stálin (União Soviética) reuniram-se na Conferência de Yalta, na Criméia, para acertar os detalhes finais da grande ofensiva contra a Alemanha, fixar as zonas de ocupação sobre o território germânico a serem controladas por um conselho aliado e reformular o mapa europeu.
No dia 24 de abril de 1945, os soviéticos cercaram Berlim, obrigando Hitler a se refugiar numa fortaleza militar, aonde veio a se suicidar no dia 30. No dia 2 de maio as tropas espalhadas nas diversas frentes de batalha renderam-se aos aliados.
Dentre os dias 17 de julho e 2 de agosto, foi realizada a Conferência de Potsdam. Nela reuniram-se Churchill e Stálin juntamente com o novo representante dos Estados Unidos, Harry truman. Das decisões tomadas nesta conferência as mais importantes foram:
> A Alemanha perderia extensas porções de seu território, suas Forças Armadas seriam completamente desmobilizadas e seu parque industrial reduzido.
>Esse país pagaria as reparações de guerra na forma de máquinas, equipamentos e navios mercantes.
>O território alemão seria dividido em quatro zonas de ocupação a serem administradas pela União Soviética, Inglaterra,Estados Unidos e pela França.
Apesar da guerra ter chegado nas frentes européias, do Oceano Atlântico e no norte da África, os japoneses insistiam em prosseguir a luta, utilizando o ataque suicida dos kamikazes.Os Estados Unidos estavam com a guerra praticamente ganha, porém fizeram o uso de um recurso extremo e até então nunca usado no mundo: a bomba atômica.
Os bombardeamentos ocorreram no dia 6 de agosto de 1945 em Hiroshima, e em 9 de agosto em Nagasáki. A explosão provocada por essas bombas causou uma destruição até então sem precedentes. Milhares de pessoas morreram instantaneamente, e um número indeterminado de pessoas devido à contaminação com a radiação. Os Estados Unidos mostraram todo seu poder com essas bombas.

Conseqüências:

· Materiais
Os Aliados determinaram pagamentos de guerra às nações vencidas para a reconstrução e indenização dos países vencedores, assinado no Tratado de Paz de Paris. Os países membros do Eixo tiveram que indenizar os países Aliados em mais de 2 bilhões de dólares.
Com a derrota do Eixo, a Alemanha teve todos os recursos financeiros e materiais transferidos para os Estados Unidos e a União Soviética, além de ter todas as indústrias desmanteladas para evitar um novo rearmamento como forma de vingança.

· Prisioneiros de guerra

Com a derrota e posterior divisão da Alemanha, cerca de 3 mil civis alemães viraram prisioneiros de guerra tendo que trabalhar em campos de trabalhos forçados no Gulag, na Rússia. Apenas em 1950, os civis tiveram a sua liberdade de volta e puderam retornar para a Alemanha.
Muitos dos prisioneiros de guerra alemães e italianos foram trabalhar na reconstrução da Grã-Bretanha e da França. Além disso, os milhares de soldados presos pelos soviéticos continuaram em cativeiro, o que não ocorreu com os prisioneiros presos pelos Aliados, os quais foram libertados entre 1945 e 1948.
No início dos anos 50, alguns prisioneiros alemães foram libertados pelos russos, mas somente em 1955, após a visita de Konrad Adenauer à URSS é que os prisioneiros restantes foram libertados e retornaram a sua terra natal após até 14 anos de cativeiro.

· Perdas humanas: o holocausto
Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de pessoas que morreram em conseqüência da guerra.
O Holocausto comandado pelas autoridades nazistas, como parte da "solução final" para o "problema judeu” , levaria ao genocídio de cerca de seis milhões de judeus nos campos de concentração, além de outras pessoas consideradas indesejáveis, como membros da etnia cigana, eslavos, homossexuais, portadores de deficiência, Testemunhas de Jeová e dissidentes políticos. Milhares de judeus eram usados como cobaias em diversas experiências, o que causou a propagação de doenças como tifo e tuberculose. Após a guerra aumentaram as pressões sobre a Grã-Bretanha para o estabelecimento de um estado judaico na Palestina. A fundação do estado de Israel em 1948 resolveria a questão dos judeus sobreviventes na Europa, já que parte considerável deles migrou para o novo estado.

· Territoriais
A Conferência de Yalta teria como resultado a partilha entre os Estados Unidos e a União Soviética de zonas de influência na Europa. Alguns meses depois a Conferência de Potsdam, realizada já com a derrota da Alemanha, consagra a divisão deste país em quatro zonas administradas pelas potências vencedoras. No lado Oriental, ficaria a administração sob incumbência da União Soviética e, no lado Ocidental, a administração ficaria sob incumbência dos Estados Unidos, França e Inglaterra, tendo estas duas últimas desistido o encargo.
A Itália perderia todas as suas colônias, e a Ístria acabaria por ser integrada na Jugoslávia.
O território da nação polonesa desloca-se para oeste, integrando províncias alemãs (Pomerânia, Brandemburgo, Silésia), colocando a sua fronteira ocidental até aos cursos do Oder e do Neisse. A URSS progrediu igualmente para oeste, graças principalmente à reversão das perdas territoriais sofridas pelo Pacto de Brest-Litovsk: houve a criação da República Socialista Soviética da Bielorússia, e também a ampliação da Ucrânia, que também havia perdido território, para a Polônia.
O Japão teve que ceder a Manchúria e a Coréia, além dos territórios que havia conquistado durante o conflito.

· Políticas
No plano das relações internacionais, o fracasso da Sociedade das Nações em evitar a guerra levaria à criação de uma nova instituição, a Organização das Nações Unidas. Fundada em Junho de 1945, apresentou como objetivos assegurar a paz e a cooperação internacional.
As principais potências imperialistas (França e Inglaterra) saíram da Guerra completamente arrasadas, tornado insustentável a manutenção de seus vastos territórios coloniais. Foi durante essa época que se iniciou o movimento de descolonização afro-asiática.
A Segunda Guerra Mundial provocou igualmente o fim da hegemonia mundial da Europa e a ascensão de duas superpotências, os Estados Unidos da América e a União Soviética, que seriam os protagonistas da cena internacional durante o período conhecido como a Guerra Fria.

Guerra Fria

A guerra fria ocorreu durante o final a segunda guerra mundial (1945) até a extinção da União Soviética (1991). Foi um conflito político-ideológico entre os Estados Unidos, defensor do capitalismo, e a União Soviética, defensora do socialismo. A guerra ficou assim conhecida, pois não houve nenhum combate físico, era uma guerra política, ideológica e econômica.

As duas potências mundiais

· Estados Unidos

Como o território norte-americano não foi diretamente atingido pela segunda guerra mundial, não houve uma crise econômica tão profunda como a dos países europeus. E quando os Estados Unidos lançaram as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, mostraram ao mundo, em especial à União Soviética, o seu poderio bélico e que para salvaguardar seus interesses eram capazes de utilizar qualquer meio. Além disso, durante a segunda guerra, os norte-americanos aumentaram a produção de armas, navios e aviões os quais eram vendidos para os Aliados, o que deu um grande estimulo para a indústria.
No final da guerra, a produção agrícola e industrial dos estados Unidos havia retomado o crescimento. Essa recuperação econômica foi acompanhada pelo aumento da importância política do país no contexto mundial.
Em 1944, representantes dos Estados Unidos, Inglaterra, União Soviética e China elaboraram um plano para a criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Fundada em 1945, a ONU tinha como objetivos garantir a paz mundial, proteger os direitos humanos, promover a igualdade de direitos para todos os povos e a melhoria dos padrões de vida no mundo. A sua sede permanente foi estabelecida em Nova York, o que demonstrava a liderança política dos Estados Unidos.
Com a morte do presidente Roosevelt, quem assume o poder é Harry Truman. O novo presidente solicitou e obteve do Congresso autorização para conceder apoio militar aos países sob ameaça de guerras. Assim, controlava a expansão de regimes comunistas no Leste europeu, apoiada pela União Soviética. Além disso, os Estados Unidos prestaram ajuda para as nações européias que haviam sido destruídas pela guerra.
George Marshall, secretário de Estado dos Estados Unidos, propôs a criação de um plano econômico, o qual ficou conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e afugentar a ameaça do socialismo entre a população insatisfeita.Essa ajuda contribuiu principalmente para a recuperação da Inglaterra, da França, da Itália e da Alemanha. Mas o Plano Marshall não somente ajudou os países europeus, como também cooperou com as indústrias norte-americanas, as quais utilizavam os empréstimos recebidos para comprar máquinas e equipamentos.
Em 1949, os norte-americanos lideraram a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança entre os Estados Unidos e os países da Europa Ocidental. O principal objetivo era garantir o apoio militar mútuo, ou seja, uma agressão a qualquer um desses países causaria uma ação militar conjunta. Mais tarde, entre 1954 e 1955 diversos tratados foram assinados entre os membros da Otan, reforçando a aliança militar entre os países capitalistas e a liderança americana.

· União Soviética
Nas décadas de 1930 e 1940 a população soviética vivenciou profundas mudanças econômicas e políticas.Sob o comando de Stalin, o governo comunista investiu em grandes projetos visando montar uma infra-estrutura para o desenvolvimento industrial. Foram criadas usinas hidrelétricas e estradas de ferro.O Estado também investiu em empresas de metalurgia, instalações de empresas nas áreas de química, eletrotécnica, aeronáutica e armamento.
Para o desenvolvimento industrial ser acelerado, o governo então incentivou a ida dos camponeses para as cidades industriais, onde estes passavam a trabalhar como operários. Entretanto, o êxodo rural acarretou em um crescimento exacerbado nas cidades, onde já não havia moradias e alimentos suficientes.
O governo também incentivava a produção agrícola, principalmente de cereais. As propriedades rurais eram divididas em dois grupos: as cooperativas e as fazendas estatais. Em ambas o controle de produção e trabalho era realizado por funcionários do governo. Porém, os membros das cooperativas podiam trabalhar no que quisessem no seu tempo livre.
Assim como na política industrial, eram estabelecidos planos que indicavam as metas a serem cumpridas no setor agrícola.Entre elas destacava-se a coletivização das propriedades rurais. Os trabalhadores, tanto rurais como urbanos, eram obrigados a cumprir longas jornadas de trabalho. Em troca, recebiam proteção do Estado, lhes eram garantidas férias, assistência e creches para seus filhos, além de moradia, roupas e alimentos. Porém às vezes os direitos trabalhistas não eram respeitados e as condições de vida eram precárias.
Já os altos funcionários do governo viviam uma realidade muito diferente. Possuíam vários privilégios: compravam em lojas especiais, com uma maior variedade de produtos e usufruíam das melhores moradias.
Todas as mudanças econômicas e sociais eram acompanhadas de uma nova estrutura política. Todo o poder estava concentrado nas mãos de Joseph Stalin. Para a garantia da centralização política, o governo contava com uma forte estrutura burocrática, ligada ao Partido Comunista. Stalin, para neutralizar os grupos de oposição, estabeleceu expurgos, com prisão e execução de seus adversários.
Os sindicatos passaram a ser controlados pelo Estado e as greves foram proibidas. A participação política dos operários restringia-se à escolha dos representantes locais.
Após a morte de Stalin, o poder político da União Soviética passou a ser de Nikita Kruchev. Mudanças no antigo regime foram realizadas pelo novo governante, tais como a libertação e anistia de presos políticos, o fim dos campos de prisioneiros e buscando uma descentralização. Kruchev continuou com o desenvolvimento industrial tornando a União Soviética a segunda potência mundial.
Embora, não houvesse mais perseguições o novo regime soviético não deixou de ser uma ditadura, já que o Partido Comunista continuou sendo o único legalizado e o controle sobre os trabalhadores continuava nas mãos dos generais e da policia secreta.

Expansão do comunismo

Os soldados soviéticos tiveram grande participação na vitória dos países Aliados contra os membros do Eixo. O Exército vermelho, como era denominado o exército soviético, expulsou os soldados alemães de seu território e libertou várias regiões da Europa oriental do domínio nazista.
Os governos que se seguiram, ainda contavam com a participação de comunistas. Por meio de eleições ou de movimentos revolucionários apoiados pelos soviéticos, os comunistas assumiram o poder na maioria dos países da Europa oriental.
Em 1947, lideraram a criação do Comitê de Informação dos Partidos Comunistas Operários (Cominform), que tinha o objetivo de unificar a ação comunista no Leste europeu de acordo com as orientações de Moscou. Em 1949, foi criado o Conselho de Assistência Econômica Mútua (Comecon), cujo propósito era ajudar a reconstruir a economia da Europa oriental, tendo como base a proposta de planificação estatal.
Contrários a aplicação do Plano Marshall na Alemanha, os soviéticos bloquearam as saídas da cidade de Berlim, ocupada pelas potências vencedoras da guerra. A Alemanha, durante vários meses, teve que ser abastecida por via aérea, e as relações entre ocidentais e soviéticos estiveram a ponto de rupturas. Esse confronto contribuiu para a formação de dois diferentes Estados no território alemão. De um lado a República Federal da Alemanha (RFA), também conhecida como Alemanha Ocidental, organizada nas regiões ocupadas pelos norte-americanos, ingleses e franceses. E do outro lado República Democrática Alemã (RDA), também conhecida como Alemanha Oriental, controlada pelos comunistas.
Em 1955, sob a liderança da União Soviética , os representantes dos governos comunistas da Europa Oriental, reuniram-se na capital da Polônia, onde assinaram o Pacto de Varsóvia. Este tratado estabelecia um comando militar unificado e a presença de tropas soviéticas nos territórios de todos os países membros.
Esse regime então passou a ser implantado em países de outros continentes. Em 1949, os comunistas tomaram o poder da China por meio de uma revolução. Em 1959, uma outra revolução desta vez em Cuba, levou ao poder um governo chefiado por Fidel Castro. Ele e sua equipe determinaram a realização de uma reforma agrária, com a tomada das propriedades dos grandes fazendeiros e sua transformação em cooperativas agrícolas. Em 1961, Cuba declarou-se socialista e se aproximou dos governantes da URSS, com a qual passou a estabelecer acordos comerciais e intercâmbios científicos e militares. O apoio econômico soviético permitiu ao país investir na melhoria das condições de saúde e educação da sua população. Os cubanos adotaram o mesmo modelo político soviético, apenas o partido comunista era aceito, os outros eram perseguidos.

Da Guerra fria até a coexistência pacífica

Os Estados Unidos e a União Soviética disputaram posições estratégicas em todos os pontos do mundo. Um dos primeiros alvos de disputa foi à Grécia, país capitalista, cujo território faz fronteira à área de influência soviética. Desde a Segunda Guerra Mundial, desenvolviam-se movimentos de guerrilhas liderados pelos comunistas. Temendo uma vitória dos revolucionários, os Estados Unidos enviou recursos em dinheiro e armas para ajudar os governantes gregos a derrotá-los.
Com a vitória da revolução comunista na China, em 1949, as atenções das duas superpotências voltaram-se para a Ásia. Os norte-americanos procuraram barrar o avanço comunista no Extremo oriente, em especial na Coréia, que durante a Segunda Guerra Mundial estava sobre o domínio japonês. Com a rendição do Japão, em 1945, a Coréia foi divida em duas zonas, uma governada pelos soviéticos no norte, e no sul pelos norte-americanos. Mais tarde, dois Estados surgiram nestas zonas: a Coréia do Norte, que seguia o modelo soviético, e a Coréia do Sul a qual estava ligada ao bloco capitalista.
Em 1950, as tropas da Coréia do Norte invadiram a Coréia do Sul, buscando unificar seus governos em torno do modelo soviético. Os Estados Unidos enviaram tropas em defesa a Coréia do Sul, já os soviéticos e chineses apoiaram a Coréia do Norte. O conflito que durou três anos, não teve vencedores. Um acordo manteve os dois países divididos em regimes políticos diferentes.
As duas superpotências interferiam em conflitos em todas as partes do mundo e procuravam conquistar aliados para os blocos liderados por elas por meio de empréstimos e investimentos. Os Estados Unidos investiram bastante em Berlim Ocidental. O objetivo era exibir a riqueza do mundo capitalista em comparação com a pobreza de Berlim oriental, que estava arrasada pela guerra. Com este atrativo, milhares de pessoas migraram para o lado capitalista. Em 1961, o governo comunista construiu um muro que separava as duas partes da cidade e determinou o controle militar para impedir a fuga dos habitantes da parte oriental para a ocidental.
No ano que se seguiu, a URSS patrocinou a instalação de mísseis em Cuba, capazes de atingir o território da superpotência rival. O presidente dos estados Unidos, John Kennedy, exigiu a retirada dos mísseis. A Marinha dos Estados Unidos bloqueou a ilha e se preparou para enfrentar os navios soviéticos que se dirigiam a Cuba. Depois de negociações, chegou-se ao acordo de que os soviéticos retirariam os mísseis e os norte-americanos não invadiriam Cuba.
Assim, as relações entre as superpotências estabeleciam um ponto de equilíbrio, porém ambas investiam no desenvolvimento de armas atômicas. Ao mesmo tempo, ocorria à corrida a espacial. No ínicio, os soviéticos estiveram à frente dos norte-americanos. Em 1957 lançaram o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, e em 1959 conseguiram fotografar a face da Lua.Em 1961 lançaram ao espaço a primeira nave tripulada por um ser humano.
Os norte-americanos não demoraram a lançar seu primeiro satélite artificial, em 1958 o Explorer I, e em 1962 o astronauta John Glenn foi enviado ao espaço. Em 1969, Neil Armstrong e Edwin Aldrin foram os primeiros seres humanos a pisaram na Lua.
Várias manifestações de autonomia por parte de integrantes dos blocos socialista e capitalista, ocorreram durante a Guerra Fria. Em 1948, o governo da Iugoslávia rompeu com o a orientação soviética. Em 1950, a China seguiu um caminho diferente do soviético, priorizando a agricultura e não a indústria. Em 1960, alguns países aliados aos Estados Unidos adotaram posições de independência. Essas alterações no cenário mundial levaram os dois países a manter entre si uma política de coexistência pacífica. Em 1963, esses dois países juntamente com a Inglaterra assinaram o Tratado de Banimento de Testes Nucleares. No final da década de 1960, as duas potências iniciaram entendimentos para a limitação de armas nucleares. Esses foram os primeiros passos para superar a Guerra Fria.

Descolonização da África e da Ásia

As grandes potências européias do século XIX, sobretudo a Inglaterra e a França, formaram grandes impérios, que abrangiam terras e povos na África, Ásia e na Oceania. Os europeus não respeitavam as culturas nem as divisões geográficas das áreas dominadas por eles. Desrespeitaram civilizações antigas, exploraram as riquezas dessas regiões e submeteram seus povos à dominação desumana brutalmente.
Entretanto, nos 35 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, a maioria dos países africanos, asiáticos e da Oceania conseguiu a sua independência. Esse processo histórico foi chamado descolonização. Dos fatores que favoreceram a conquista da autonomia desses países podemos citar:

>A luta dos povos ativos contra os dominadores europeus. Muitas foram iniciadas muito antes da 2ª Guerra Mundial;
>O enfraquecimento político e econômico das potências imperialistas européias devido aos prejuízos com a Segunda Guerra Mundial e períodos sucessivos de crise: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa e Grande Depressão;
>O apoio que os movimentos de libertação da Ásia e da África receberam dos Estados Unidos e da União Soviética. Os EUA queriam combater a expansão comunista, enquanto a URSS acusava o colonialismo de ser o produto do capitalismo, seu maior rival. Além disso, ambas potências buscavam áreas de influência, pois pontos estratégicos para escalas de viagens marítimas e aéreas, para a instalação de bases militares, e realização de estudos científicos e testes nucleares atraiam o interesse dos países no contexto da Guerra Fria;
>Idéias de base religiosa (budismo e islamismo na Ásia) e política (pan-africanismo na África e idéias socialistas nos dois continentes). O pan-africanismo, cujo ideal foi proposto por Jomo Kennyata, defendia a união e a independência de todos os povos africanos. Além disso, algumas idéias socialistas pregavam o direito dos povos colonizados à autodeterminação;
>A solidariedade dos países recém-libertos para com as lutas pela independência de territórios ainda sob domínio colonial. Exemplo disso foi a Conferência de Bandung na Indonésia em 1955.

O processo de descolonização nos vários países foi marcado pela violência. Algumas potências européias procuraram negociar uma nova relação com suas colônias para garantir a sobrevivência de seus empreendimentos econômicos. Reformas cujo objetivo era a concessão de uma independência lenta e gradual para as colônias foram instaladas, mas revoltas acabaram ocorrendo antes da concessão da independência. Exemplos desses acordos entre colonizadores e colonizados ocorreram em várias áreas de domínio francês e inglês. Na maioria desses casos as fronteiras determinadas pelos dominadores europeus em função de seus interesses foram mantidas, o que explica o fato de membros de uma mesma etnia ficarem separados por vários países e de membros de etnias diferentes continuarem a conviver em um mesmo território. Também é por isso que as línguas nacionais adotadas nesses países foram as dos respectivos colonizadores, já que não havia uma língua comum aos diferentes povos reunidos num mesmo país.Outras áreas africanas e asiáticas, só alcançaram sua autonomia depois de violentas guerras civis e lutas mais a fim de expulsar os dominadores do território. Exemplos disso ocorreram na Indochina (formou os países Vietnã, Camboja e Laos), Indonésia, Índia(mesmo com o movimento de resistência pacífica de Mahatma Gandhi)...




Mapa que mostra a época em que os países conquistaram sua independência.

Na descolonização da África algumas coisas mudaram e outras permaneceram:


Independência da Índia

A resistência dos indianos contra o domínio inglês era antiga, Mas depois da Primeira Guerra Mundial essas lutas ganharam fôlego e direção. Durante essa guerra, a Inglaterra pediu à Índia matérias-primas e soldados e, em troca, prometeu maior autonomia administrativa aos hindus. Os hindus aceitaram e cumpriram sua parte; a Coroa Britânica não.
A decepção com os ingleses, o desemprego nas cidades e a existência de milhões de camponeses sem terra facilitaram a penetração das idéias de Gandhi, o principal líder da luta pela independência na Índia.
Para combater a dominação britânica, Gandhi propunha a resistência pacífica por meio de uma solução original: a desobediência civil. Ou seja, recomendava aos indianos que não pagassem impostos e não comprassem produtos ingleses e também desobedecessem às leis que os discriminavam dentro de sua própria terra. O objetivo era não cooperar com os colonizadores, isolando-os e enfraquecendo-os.
O principal partido de oposição ao domínio inglês na Índia era o Partido do Congresso, fundado no final do século XIX e liderado por Gandhi e Nehru. Os muçulmanos (24% da população da Índia na época) eram liderados por Mohammed Ali Jinnah. Esses três líderes defendiam a não-colaboração com o colonizador inglês.
Quando a Segunda Guerra Mundial explodiu, os indianos negaram-se a participar dela. Com o fim da guerra aumentaram os movimentos populares pela independência. Agravou-se também o conflito entre hindus e muçulmanos, que propunham a formação de um Estado separado da Índia.
Pressionado pelos indianos e desgastado pelo conflito contra o nazismo, o governo inglês reconheceu a independência da região. Pela Lei da Independência, aprovada em 15 de agosto de 1947, o território da Índia ficava dividido em dois países: República da Índia, de maioria hindu, e República do Paquistão (Oriental e Ocidental), de maioria muçulmana. Em 1971, o Paquistão Oriental constituiu um país separado, Bangladesh.

Mapa da descolonização da colônia inglesa. Formaram-se três países: Índia, Paquistão e Bangladesh.

Obs.:É importante destacar que embora Gandhi pregasse a não-violência, a Inglaterra reagiu violentamente, havendo, portanto, mortes e brutalidade.

Conferência de Bandung

Entre 18 e 24 de Abril de 1955, reuniram-se na Conferência de Bandung, na Indonésia, os líderes de vinte e nove Estados em sua maioria asiáticos e africanos, dentre eles: Afeganistão, Arábia Saudita, Birmânia, Camboja, Laos, Líbano, Ceilão, República Popular da China, Filipinas, Japão, Índia, Paquistão, Turquia, Síria, Israel, República Democrática do Vietnã, Irã, Iraque, Vietnã do Sul, Nepal, Iêmen do Norte, Etiópia, Líbia, Libéria e Egito... O objetivo era a promoção da cooperação econômica e cultural afro-asiática como forma de oposição ao que era considerado colonialismo ou neocolonialismo dos Estados Unidos da América, da União Soviética ou de outra nação considerada imperialista.
Foi a primeira conferência a falar e a afirmar que o imperialismo e o racismo são crimes. Falaram também sobre as Responsabilidades dos Países Imperialistas, que existem até hoje. Responsabilidade que significa ajuda para reconstruir os estragos que eles fizeram no passado. Os países que participaram da Conferência deram a si próprios o nome de Terceiro Mundo, declararam-se não-alinhados, ou seja, neutros na Guerra Fria entre EUA e URSS e comprometeram-se a apoiar as independências de outros povos da África, Ásia e Oceania.
Nessa Conferência foram estabelecidos 10 Princípios.

Os Dez Princípios da Conferência de Bandung
1.Respeito aos direitos fundamentais, de acordo com a Carta da ONU.
2.Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações.
3.Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas.
4.Não-intervenção e não-ingerência nos assuntos internos de outro país (Autodeterminação dos povos).
5.Respeito pelo direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de acordo com a Carta da ONU.
6.Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada a servir aos interesses particulares das superpotências.
7.Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país.
8.Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.
9.Estímulo aos interesses mútuos de cooperação. Respeito pela justiça e obrigações internacionais.
10.Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

Três líderes dos países participantes da Conferência de Bandung: Jawaharial Nehru, Gamal Abdel Nasser, Josip Broz Tito da esquerda para a direita.

Bibliografia

Aqui estão os sites e livros que foram utilizados como base para a nossa pesquisa.

Sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_de_1938
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Espanhola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria
http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=15713
http://www.duplipensar.net/dossies/historia-das-copas-do-mundo/1938-copa-da-franca.html
http://www.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_civil_espanha.htm
http://www.brasilescola.com/historiag/segunda-guerra-mundial.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_de_1929
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoloniza%C3%A7%C3%A3o

Livros:
História Moderna e Contemporânea Alceu Luiz Pazzinato e Maria Helena Valente Senise
História Marlene Ordoñez e Júlio Quevedo
História Conceitos e Procedimentos Ricardo Dreguer e Eliete Toledo
História sociedade & cidadania Alfredo Boulos Júnior 8ª série
História Moderna e Contemporânea Aldo Demerval Rio Branco Fernandes, Neide Annarumma e Wilma Ramos de Pinho Barreto